Com a demora da Enel, que ainda não adaptou as estações de recarga para a nova
frota, nas garagens da capital, os ônibus elétricos estão parados aguardando novo
sistema.
A promessa da prefeitura à cidade de São Paulo de entregar mais de 1100 unidades
de ônibus elétricos ficou para trás, agora a SPTrans recebeu 1146 a diesel mesmo
proibido desde outubro de 2022
Em 2023, a frota de ônibus elétricos na capital paulista foi ampliada com mais 15
ônibus da nova geração. Os ônibus movidos por baterias, na cidade de São Paulo,
passaram de 69 para 84, sendo que 75 são da nova geração e outros 19 operam
desde 2019, sendo cada veículo com 15 metros de comprimento e capacidade para
94 passageiros com mais uma cadeira de rodas.
Os novos coletivos possuem tecnologia Eletra, carroceria Caio e chassis Scania. Os
motores e baterias são da WEG, todas indústrias instaladas no Brasil, sete unidades
vão para a empresa Ambiental Transportes, com base na zona Leste, e oito para a
Viação Campo Belo, que atua na zona Sul. A autonomia das baterias é entre 200
km e 250 km. As unidades possuem ar-condicionado, wi-fi e USB para carregar
celulares.
A entrega da frota total de ônibus de mais de 1100 veículos está ainda bem longe
da meta anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes, que segundo ele prometeu 600
ônibus movidos a bateria circulando até o fim de 2023, durante a entrega das únicas
50 unidades da nova geração. Em operação na cidade até agora, tem apenas o total
de 84 coletivos: 19 já estavam em circulação desde 2019.
Angelo usa os ônibus no terminal parque dom Pedro, e acha que precisa trocá- los
urgente. Ele diz que seu itinerário, do centro à zona leste, é cansativo em ônibus
velhos que atrasam, seguem lotados, quentes e quebram com frequência. Ele ainda
não conhece o ônibus elétrico e gostaria de experimentar.
“Para o conforto é melhor, né? Para o conforto bem melhor. Agora, eu não
embarquei nele, nem sei como é por dentro, se é mais fresquinho, se é mais
confortável. Tudo que é novo, é bom, né? “
A própria SPTrans (São Paulo Transporte) e a ENEL (distribuidora de energia
elétrica) admitiram: nenhuma obra foi feita até o momento nas garagens e
imediações para comportar a necessidade de carregamento das baterias desses
veículos.
A situação é tão grave que um estudo da ANTP (Associação Nacional de
Transportes Públicos) mostra que com o atual padrão da rede de distribuição na
cidade de São Paulo, que é de baixa tensão, se 50 ônibus elétricos carregarem as
baterias ao mesmo tempo, inclusive na madrugada, pode faltar eletricidade na casa
das pessoas, comércios e hospitais. Isso porque, energia tem, mas a rede não dá
conta.
Toda a Linha Eletra é produzida numa área industrial de 27 mil m² na Via Anchieta,
São Bernardo do Campo, coração industrial da Grande São Paulo.
A nova fábrica entrou em operação em maio de 2022 e tem capacidade de produzir
150 ônibus elétricos/mês, ou até 1.800/ano, podendo aumentar essa produção em
50%, dependendo da demanda.
A ampliação das instalações faz parte de um plano de investimentos cujo objetivo é
posicionar a empresa como a principal indústria nacional de veículos elétricos
pesados, diz a companhia.
A Prefeitura de São Paulo disse que o fim dos trólebus seria gradativo e que o fim é
uma questão prática e objetiva, se fossem reguladas as garagens com adaptação
elétrica para recarregar a bateria dos veículos, e as empresas de ônibus que vão
pagar diretamente a Enel.
A intenção da prefeitura era aposentar esses veículos antigos em troca dos
elétricos, mas não é bem o que vamos ver nos próximos meses, já que a frota de
1146 ônibus a diesel foram adquiridos para a cidade de São Paulo
Reportagem: Márcia Brasil
Fonte: SPTrans / Diário do Transporte
Imagens: Márcia Brasil
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