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FORTES CHUVAS TRAZ UMA VILÃ À TONA: A LEPTOSPIROSE: SAIBA COMO EVITAR O CONTÁGIO

Reportagem: Caroline Rossetto

Desde janeiro, a cidade de São Paulo vem sofrendo com fortes chuvas e temporais, causando enchentes e alagamentos. Como resultado, são cenas bem chocantes: deslizamentos, pessoas ilhadas ou desabrigadas, casas cobertas de água e lama e mortes por afogamentos ou de causas similares. No entanto, pouco se fala em doenças causadas pelas águas da chuva e suas precauções. Afinal, essas enchentes podem trazer resíduos sólidos do esgoto. De acordo com uma pesquisa trazida por uma universidade particular de São Paulo, poucas pessoas sabem o que fazer se for contaminado se entrar em contato com enchentes. Desde ferimentos a micoses, de febre e calafrios a leptospirose, que são causas provenientes de lixos acumulados e que também facilitam a proliferação de animais transmissores de doenças. A leptospirose, transmitida pela urina do rato, é um grande exemplo de que se entrar através da pele humana, pode ter grandes consequências. O médico sanitarista, Dr Gonzalo Vecina, nos explica um pouco mais sobre a doença e sobre os seus cuidados: “Acho que o grande problema depois que se passa a chuva é que se houve inundação na residência, ou andou com o pé no chão, é uma preocupação. Os ratos moram em tocas e quando o nível da água sobe, eles ficam nervosos e urinam na água da chuva. Se houver algum tipo de machucado ou meio de penetração como pés ou pernas, existe uma grande probabilidade de ter a infiltração da bactéria que provoca a leptospirose, uma doença muito grave e levar a insuficiência renal. O médico ainda aconselha que no primeiro sinal de elevação da água da chuva, é necessário proteger pernas e pés e usar calçados que os protejam dessa exposição. Caso houver contato com a água contaminada, o ideal é desinfetar o local atingido com hipoclorito de sódio e álcool em locais na casa, que sejam sensíveis a cândida. O Doutor Vecina informa também que não há muito o que fazer e esperar os sintomas aparecerem para ir rapidamente em uma Unidade Básica de Saúde e buscar o tratamento adequado. Ele ainda fala sobre os cuidados que o poder público precisaria ter em relação a esse problema: “O poder público tinha que prevenir enchentes, impedir que houvesse a utilização inadequada do espaço urbano sem planejamento. É isso que provoca deslizamentos e inundações. O que não dá é o poder público permitir que em regiões que não deveria existir gente morando, ter pessoas morando. De acordo com a Divisão de Vigilância da Zoonoses, existem cerca de 10 a 15 ratos para cada cidadão paulistano e que segundo dados oficiais, são registrados cerca de 3.000 a 4.000 casos por ano. Para combater esse problema, é necessário canalizar córregos, fazer políticas públicas eficientes para combater ocupações irregulares e higienizar bem os locais de residência ou trabalho. Por enquanto, não existe vacinas contra a leptospirose e se houver contato com água contaminada e os sintomas forem febre, mal-estar, dores pelo corpo e vermelhidão nos olhos, como conjuntivite e inúmeros pontos vermelhos na pele, é preciso ir em uma Unidade Básica de Saúde, o mais rápido possível. Não dá para ignorar o problema. No entanto, existem alguns cuidados básicos para evitar ter a doença, como não transitar em ruas alagadas, não enfrentar correntezas, manter-se longe de redes elétricas e não ficar embaixo de árvores e se precisar, peça ajuda. Este projeto foi realizado com o apoio da 5ª edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária para a Cidade de São Paulo.

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