Reportagem: Caroline Rossetto
As comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 continuam. Desde novembro do ano passado, o Itaú Cultural apresenta a mostra “Um século de Agora", que vai até 02 de abril de 2023.
A exposição ocupa os três pisos expositivos do centro cultural e mapeia os fios expositivos que permeiam a arte desde aquela época, trazendo visibilidade para artistas menos conhecidos e não tão lembrados pela mídia especializada.
A mostra expõe mais de 70 obras de 25 artistas representados por 11 estados brasileiros ( São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Roraima, Mato Grosso, Ceará, Paraná, Amazonas e Ceará), ainda em atividade, reforçando a percepção do momento presente com os pensamentos artísticos de vanguarda da época.
A partir de vivências sociais, comportamentais e multiplicidade de ideais, as curadoras da mostra trouxeram contemporaneidade e ainda questionam noções de tempo, espaço e história, no atual contexto político brasileiro.
Apesar da Semana de 1922 ter sido revolucionária, muitos acreditam que apenas o olhar da elite paulistana da época prevaleceu e que desde aquela época, o olhar de artistas periféricos foram deixados de lado. Essa é a opinião do publicitário, Francisco Rufino:
“Eu acho que essa exposição se faz presente porque a arte é muito focada em grandes artistas, que de certa forma, são os pais dessas novas artes que a gente tem acesso hoje. Eu acho que as pessoas valorizam muito essa questão, de grandes artistas renomados que estão em galerias famosas no mundo inteiro. A arte é muito mais do que isso. É uma forma de conseguir falar, de conseguirmos expressar aquilo que a gente sente.A arte periférica precisa ser mais divulgada e estar cada vez mais em evidência. Tem muitos artistas da periferia que são famosos hoje, que estão batalhando para se tornarem conhecidos e para que o nome seja divulgado. Então, acho isso muito importante. É uma forma de sairmos da bolha. No mundo, as pessoas vivem em bolhas. Então, porque não inserir bolhas dentro das bolhas para que a gente possa, de certa forma conhecer, novas culturas, novas artes e novos artistas? São pessoas que têm muito potencial e que ainda não foram descobertas”, afirma ele.
A exposição, que traz um extenso conteúdo audiovisual, além de desenhos, fotos, pinturas, instalações, performances e escultura propõe um intenso exercício imersivo que aprofunda a experiência da mostra, reforçando essa percepção do legado que a arte de 1922 trouxe para o agora.
Artistas brasileiros, muitos deles, vindos da tradição dos povos originários, como Aislan Pankararu, Grupo Ururay e entre outros, mostra uma identidade 100% brasileira vinda de muitos olhares que mostram desigualdades e diferenças culturais e que mostram os vários Brasis dentro de um só espaço.
Além do espaço expositivo, uma exposição virtual e conteúdos digitais exclusivos estão disponíveis nas redes sociais do centro cultural.
O Itaú Cultural está localizado na Avenida Paulista, 149, próximo à Estação Brigadeiro do metrô.
A Central de Notícias da Rádio VILA ALPINA é uma iniciativa do Projeto Elza Soares: a voz do milênio. Este projeto foi realizado com o apoio da 6ª Edição do Programa Municipal de Fomento ao Serviço de Radiodifusão Comunitária Para a Cidade de São Paulo.
Os conteúdos ditos pelos entrevistados não refletem a opinião da emissora.
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